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10 de maio de 2011

Todos nós vamos morrer!

Sim! É só uma questão de tempo.

Para uns, a morte chegará mais rápido do que se imagina, enquanto para outros, tardará tanto a vir a ponto de o sujeito ter de enterrar a maioria de seus entes queridos antes de chegar a sua vez.
Além da questão do tempo, outro mistério que ronda a morte é a forma como ela acontecerá. O grande poeta Raul Seixas se perguntava a respeito, na música Canto para minha morte:

“Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa a bater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...”

No caso do biólogo marinho Derek K. Miller foi o “câncer já espalhado e ainda escondido” quem o levou. Derek era um blogueiro canadense cujo site atraiu milhões de leitores após a publicação de uma mensagem póstuma.
O texto Last post ('Último post') foi escrito pelo próprio Derek Miller para ser publicado no site Penmachine.com.

Derek K. Miller nasceu no dia 30 de junho de 1969 em Vancouver, e morreu no dia 03 de maio de 2011 em Burnaby, aos 41 anos de idade em decorrência de um câncer. Era casado com Airdrie e tinha duas filhas, Lauren, 11, e Marina, 13. Antes de morrer, Derek solicitou à sua família e amigos que publicassem em seu blog um último texto escrito por ele anteriormente.

“Eu estou morto, e este é meu último post no meu blog. De antemão, eu pedi que, quando meu corpo finalmente se desligasse dos castigos do meu câncer, minha família e amigos publicassem esta mensagem que escrevi.” 

 

No post, Derek conta como conheceu Airdrie, sua esposa e melhor amiga:


“Estudamos Biologia na UBC, onde nos conhecemos em 1988... Nós fizemos algumas aulas juntos, então perdemos o contato. Mas, alguns anos mais tarde ... Airdrie me escreveu uma carta – sim! Papel! – e ... eu escrevi de volta. Destas sementes um jardim floresceu: era março de 1994, e em agosto de 1995 nós estávamos casados. Eu nunca tive dúvidas, porque sempre nos demos muito bem juntos... No entanto, eu não imaginava que o nosso tempo juntos seria tão curto: 23 anos desde o nosso primeiro encontro até a minha morte? Não foi o suficiente. Nem perto de ser suficiente.” 

 

Em seguida, demonstrando sinais de grande lucidez e racionalidade, mesmo nos momentos finais de sua vida, Dereck escreve sobre o que aconteceu com ele após sua morte:

“Eu não fui para um lugar melhor ou pior. Eu não fui para lugar algum, porque Derek não existe mais. Assim que meu corpo parou de funcionar, e os neurônios do meu cérebro encerraram suas conexões, eu fiz uma transformação notável: de um organismo vivo para um cadáver, como uma flor ou um camundongo que não resistiu a uma noite particularmente fria.”

Ele ressalta que não tinha medo do momento da morte em si, mas do processo que a antecede. Mas, considera-se uma pessoa de sorte por ter mantido as faculdades mentais até o fim:

“Eu não tinha medo da morte, do momento em si e do que veio depois, que não era nada... Fiquei um pouco receoso com o processo de morrer, da fraqueza e cansaço crescentes, da dor, de me tornar cada vez menos eu mesmo enquanto chegava lá. Eu tive sorte por minhas faculdades mentais terem sido pouco afetadas ao longo dos meses e anos antes do fim, e não houve nenhum sinal de câncer no meu cérebro – pelo menos que eu ou qualquer outra pessoa soubesse.”

Em seguida, ele fala um pouco sobre a criação do seu blog, no ano 2000, quando tinha 31 anos, e sobre algumas coisas que estavam acontecendo na época:

“Eu ainda tinha que começar este blog, que recentemente fez 10 anos. Eu ainda não tinha voltado a tocar bateria com a minha banda, nem era um podcaster (já que não existia podcasting, nem iPod para este propósito). No campo da tecnologia, o Google era novo, a Apple permanecia ‘sitiada’, a Microsoft era grande e estava no comando, e o Facebook e o Twitter estavam há anos de existir ... O genoma humano não tinha sido completamente mapeado ainda.
 O World Trade Center ainda estava em Nova York ... enquanto Saddam Hussein, Hosni Mubarak, Kim Jong-Il, Ben Ali, e Muamar Kadafi, detinham o poder no Iraque, Egito, Coréia do Norte, Tunísia e Líbia. ...
E eu não tinha câncer. Não tinha a menor idéia de que iria ter, certamente não na próxima década, ou que ele iria me matar.”

Ele explica que mencionou estes acontecimentos para exemplificar que lamenta o fato de nunca saber o que acontecerá no futuro:

“Por que eu menciono tudo isso? Porque eu percebi que, a qualquer momento, eu posso lamentar o que eu nunca vou saber, mas não me arrependo do que me levou aonde estou. Eu poderia ter morrido em 2000, feliz com minha vida: minha mulher incrível, minhas filhas ótimas, um trabalho divertido, e passatempos que eu gostava. Mas eu teria perdido um monte de coisas.
E muitas coisas vão acontecer agora sem mim ... Como será o mundo em 2021, ou em 2060, quando eu teria 91 anos, a idade da minha avó? Quais novidades conheceremos? O quanto os países e as pessoas terão mudado? Como nos comunicaremos e nos deslocaremos? Quem iremos admirar, ou desprezar?
O que a minha esposa Air estará fazendo? Minhas filhas Marina e Lolo? O que elas terão estudado, como passarão o tempo e ganharão a vida? Será que minhas filhas terão seus próprios filhos? Netos? Haverá partes de suas vidas que eu acharia difícil de compreender agora?”

Mas, apesar disso, o pior pensamento é saber que não estará ao lado das pessoas que ama no futuro, para apoiá-las e participar dos seus sucessos e derrotas. De qualquer forma, ele procura deixar bem claro que a vida continua, e que sua família deve aprender com este episódio e seguir em frente:

As respostas não podem ser dadas hoje. Enquanto eu ainda estava vivo escrevendo isso, eu fiquei triste por saber que perderei essas coisas, não porque eu não vou ser capaz de testemunhá-las, mas porque Air, Marina, e Lauren não vão me ter lá para apoiar os seus esforços.
Acontece que ninguém pode imaginar o que realmente acontecerá em nossas vidas. Podemos planejar e fazer o que nos agrada, mas não sabemos se nossos planos vão dar certo. Alguns deles vão, enquanto a maioria provavelmente não irá. Invenções e ideias vão aparecer, e ocorrerão eventos que jamais poderíamos prever. Isso não é bom nem ruim, mas é real.
Eu acho e espero que seja isto o que as minhas filhas aprendam com minha doença e morte. E que a minha maravilhosa e incrível esposa Airdrie possa ver também. Não que elas poderão morrer a qualquer momento, mas que elas devem perseguir aquilo que gostam, e que estimula a mente, tanto quanto possível, para que possam estar prontas para as oportunidades, bem como não se desapontar quando as coisas não saem como o planejado, como inevitavelmente acontece .

E, para terminar, ele enfatiza sua admiração por todas as coisas e declara o seu amor às filhas e esposa:

“O mundo, na verdade todo o universo, é um lugar lindo, maravilhoso e surpreendente. Há sempre mais para descobrir. Eu não olho para trás e me arrependo de qualquer coisa, e espero que minha família possa encontrar uma maneira de fazer o mesmo.
O que é verdade é que eu as amava. Lauren e Marina, enquanto amadurecem e se tornam vocês mesmas ao longo dos anos, saibam que eu as amei e fiz o meu melhor para ser um bom pai.
Airdrie, você foi minha melhor amiga e minha conexão mais próxima. Eu não sei o que teria sido de nós sem o outro, mas acho que o mundo teria sido um lugar mais pobre. Eu te amei profundamente, eu te amei, eu te amei, eu te amei.”

Enfim, “The last post” é um texto que nos ajuda a refletir sobre a brevidade da vida e sobre o que realmente é importante, enquanto estamos vivos. 

Os parágrafos em azul são trechos do post original e a tradução é minha. O post completo pode ser conferido aqui.


6 de maio de 2011

Para viver melhor

...desejo fortemente que:

Vejamos cada vez menos cenas como esta...


E cada vez mais esta...


Que uma das palavras mais praticadas seja SOLIDARIEDADE... 

 

Que a gente consiga atravessar todas as adversidades...


Que o bom humor prevaleça na maior parte dos dias...


Que você possa sorrir nos momentos mais inesperados...


E enxergar que não somos tão diferentes quanto pensamos...


Obrigado pela companhia! Até a próxima! FELICIDADES!!!

Nota: adaptado do blog Page Not Found de Fernando Moreira (http://oglobo.globo.com/blogs/moreira/)

5 de maio de 2011

Reflexão: Sobre o Futuro dos Livros (by Humberto Gessinger)

Texto de Humberto Gessinger sobre o futuro incerto dos livros impressos.


"Hoje, livrarias e livros estão tão bonitos! Parecem viver um momento especial, ocupando um pouco do espaço dos discos, que Deus os tenha. Talvez os livros sejam os próximos a fazer a travessia. E talvez o mundo virtual seja mais ecologicamente correto. Pra mim e para minha geração, discos e livros eram testemunhas físicas de nosso crescimento. Cada palmo conquistado nas prateleiras da casa correspondia a um mundo interior mais rico. Difícil de medir em bytes.”

Humberto Gessinger
Trecho do livro “Mapas do Acaso – 45 Variações Sobre um Mesmo Tema”
Recomendo a leitura!

Reflexão: Seize the Moment (Aproveite o Momento)


"And so taking the long way home through the market I slow my pace down. It doesn't come naturally. My legs are programmed to trot briskly and my arms to pump up and down like pistons, but I force myself to stroll past the stalls and pavement cafes. To enjoy just being somewhere, rather than rushing from somewhere, to somewhere. Inhaling deep lungfuls of air, instead of my usual shallow breaths. I take a moment to just stop and look around me. And smile to myself.
For the first time in a long time, I can, quite literally, smell the coffee."

— Alexandra Potter

Obs.: A foto foi tirada por mim no alto da Pedra Bonita, no rio de Janeiro. A vista é da Praia de São Conrado.  


Minha tradução:

"E tomando o caminho longo de casa para o mercado eu diminuo meu passo. Isso não acontece naturalmente. Minhas pernas estão programadas para trotar rapidamente e meus braços para balançar para cima e para baixo como pistões, mas eu me forço a reduzir o passo diante das barracas e cafés na calçada. Para desfrutar o fato de estar em algum lugar, ao invés de correr de um local para outro. Inalar grande quantidade de ar, ao invés de minhas respirações superficiais habituais. Eu dedico um momento para parar e olhar à minha volta. E sorrio para mim mesmo.

Pela primeira vez em muito tempo, eu posso, literalmente, sentir o cheiro do café.”